domingo, 21 de novembro de 2010

Meu dia de Giselo: tudo pelo Natal

Santa Maria Madalena, valei-me, como bem dizia a dona Dercy. Não é que daqui a pouco já é Natal? Bom, se é para entrar no clima de Jingle Bells, já vesti a camisa (digo, a roupa) de Papai Noel. Para caprichar na produção, saí de casa e fui para uma sessão de fotos no estúdio da Jô Capusso.Não é que eu encarei os flashs como um profissional? Acho que o espírito da Gisele Bündchen baixou em mim. Vejam o antes e o depois e tirem suas conclusões. Até a dona Jô, que é fera, elogiou a minha atitude feliniana de ser. Agora, depois de estrear diante das lentes com dois meses e alguns dias, é só esperar pelos contratos de publicidade. Ou não me chamo Odorico, o gato. Em tempo: entrem no site da Jô (www.petbookday.blogspot.com). Tem cada pose ...

Duquesa, a legítima

Gente ... Não frequento o Castelo de Caras não é nem por falta de convite da Valença e da Elenice. Mas olhem só a minha amiga, a Duquesa. Esta, sim, é uma nobre de estirpe. Reparem no porte de majestade dela, digna de uma princesa da Eurásia. Finérima, Duquesa, que é filha da minha comadre Jô Capusso, não põe suas delicadas patinhas para fora de sua cobertura sem, ao menos, um colarzinho de plumas. Tão básico quanto um modelinho da Chanel. 

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Passadeira voadora


Adoro a noite. Basta meu pai colocar a chave na fechadura da porta que eu já estou lá, a postos, miando no escuro para ele me achar. Quase sempre me escondo dentro do sofá-cama. Aí ele chega, coloca a bolsa no balcão da cozinha, atravessa a sala, levanta a cama e lá estou eu, risonho e falante, pedindo para ele me tirar dali. Lógico que sei muito bem sair sozinho. Mas adoro chamar a atenção dele. Livre pela casa, aí eu pinto e bordo. Assumo o controle. E ele fica atrás de mim o tempo todo. Vira e mexe tropeço no pé dele ou o pé dele tropeça em mim. Eu já disse: este apê é pequeno demais para nós dois... E repare que ainda estou em plena fase de crescimento. Depois que ele janta (e eu também), aí é que o circo pega fogo. Acho, aliás, que tenho uma inegável vocação para boêmio. Nada de bebida ... Por enquanto só tomo água e olhe lá. Por enquanto, repito. Mas eu falo isso porque é à noite que eu mais apronto. Viro livros, derrubo cinzeiros, lambo sabonete, me penduro nas cortinas e, acredite, acho que acabo de inventar uma nova modalidade de skate. Em vez de prancha, pego embalo e flano em cima da passadeira que escorrega igual a quiabo sobre o chão de cimento queimado. Outro dia corri tanto que fui dar com o nariz na porta. Bem-feito para mim. Da próxima vez vou ter de calcular direitinho a distância. Ou emprestar os óculos do meu pai para enxergar melhor.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Fina estampa

Estou desconfiado de que sou um gato. É o que todos falam a meu respeito. Mas, repare: entendo isso não como substantivo, mas como adjetivo. Prova disso foi minha estreia na clínica veterinária. Pleno sábado de feriado, meu pai inventou de me levar para a dra.Vivi, nossa vizinha aqui na praça. Tudo bem que no caminho fui sacolejando dentro de uma bolsa e miando (berrando mesmo) igual a um condenado caminhando para a forca. Pura dramatização para chamar a atenção. No pequeno trajeto, paramos na dona Gilda, lá na barbearia e tabacaria. Ela só foi elogios para mim. Como ela sabe agradar... Já nas mãos delicadas da doutora do Totó & Bichano, mais carinhos. Foi aí que ela me pegou de jeito e enfiou um comprimido em forma de peixinho goela abaixo. Resmunguei, pulei, mas não teve jeito. As mãos carinhosas tornaram-se firmes repentinamente e seguraram minha pequena mandíbula de tal forma que acabei engolindo o tal do vermífugo (pior que ainda vou ter de repetir a dose mais vezes). Para completar, se já não bastasse essa tortura, ela ainda pegou a tesoura e cortou minhas lindas unhas. Que ódio! Um felino sem garra é pior que meu pai sem óculos. Para compensar, depois de todo esse tormento ganhei mais paparicos, uma coleirinha e uma gravatinha vermelha (que eu quase detonei quando cheguei em casa). Na saída, meu pai inventou de comprar xampu. Não sou oráculo, mas já vi que vem banho pela frente. Ai minha Nossa Senhora das Angústias ... Dai-me paciência e a ração nossa de cada dia. E me leva para Granada antes da ducha. Amém!
   

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Gato de botas, não. Odorico de óculos

Nada como um par de óculos e um dia inteiro para vadiar. Bastou eu dar um empurrãozinho para a armação amarela e empoeirada despencar no tapete. Lógico que caí em cima. Joguei para o alto, mordi as pernas dos óculos, lambi as lentes .... Mas, de repente, levei um baita de um susto. Tudo começou a ficar mais brilhante e desfocado. Foi aí que eu entendi: meu pai é míope. Coitado, não enxerga um palmo além do próprio nariz. Agora eu sei porque ele vive pisando no meu rabo. Isso é que dá eu ficar grudado em cegueta.    

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Olhem a perturbada da Praça Roosevelt


Gente..... Esta é Sofia, a gata perturbada da Praça Roosevelt. Ela é linda, fofinha, peludinha. Mas não se enganem: é uma fera. A perna da mãe dela, a 'tia' Ângela, sabe bem disso. Vive arranhada.  Quando a gente pensa (gato também pensa, sim, viu!) que Sofia está calma, tranquila, dócil, aí é que ela torce o rabo (embora não seja uma porquinha). Ela vem e ataca com suas garras afiadas sem dó nem piedade. Vaidosa que é, a bichana só se acalma quando ganha blush no focinho. Ela adora! E a dona Ângela mais ainda. Deixa eu crescer... me aguarde amiga Sofia. Vou acabar com essa sua valentia perturbada. Ou não me chamo Odorico, o gato. 

domingo, 7 de novembro de 2010

Salvo pelo rabo

Neste domingo ensolarado, dei uma voltinha no terraço. Chega de estripulias dentro de casa. Depois do fim do castigo (leia-se ficar dentro da 'jaula'), fui visitar as plantinhas do meu pai. Depois de mordiscar o pé de hortelã e dar umas lambidas no alecrim, fui atraído pela maria-sem-vergonha. O problema era alcançar o vaso, que está em cima de uma pilha de telhas (desconfio que vou ganhar, em breve, um telhado para me esconder). Adorei  pular de pilha em pilha. Quase caí de cabeça no vão... Mas fui salvo pelo rabo.

Quero pegar no pé

Hoje eu acordei com vontade de pegar no pé do meu pai. Literalmente. Como todas as vezes em que tento escalar na perna dele sou mal-sucedido, mudei a estratégia. Foi só ele deixar a sandália de bobeira no chão da sala que eu fui lá e .... créu! Que delícia de couro macio. Ele deu uns berros. Mas não adiantou nada. Foi só ele dar as costas que eu caí de boca e garras na sandália. Um a zero para mim.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Da Praça Roosevelt para o Facebook

Miau! Estou deitando e rolando, literalmente, com essa novidade. Acabo de saber, pela mãe da minha prima Sofia, a gata perturbada da Praça Roosevelt, que estou no Facebook. Mal cheguei e já estou causando. Depois eu conto mais sobre a Sofia... tão linda e tão neurótica... Aguardem!

Balança, que eu gosto

Nada como um dia em liberdade. Depois de lançar olhares suplicantes (ainda não é hora de fulminar ninguém com minhas pupilas hipnotizantes), passei um dia inteiro tomando conta da casa (se bem que não sou cachorro). Sinto que aos poucos estou dominando o espaço. Na área externa tem um baita de um terraço. Aqui o meu pai mantém vasos com umas plantinhas de sabor intragável. Mas os galhos ajudam a afiar os dentes e as minhas garrinhas. Ele diz que é tudo planta comestível (alecrim, hortelã, manjericão). Deve ser comestível, sim... Só se for para ele. Gosto mesmo é de ração. Bom, continuando o passeio pelo terraço, percebo um monte de janelas acima de minhas orelhas peludas, ouço o resmungar do papagaio da vizinha do prédio da frente e ainda vejo pombas de asas sujas que passam baixinho perto do meu nariz (elas que se cuidem!). Fiquei tão entusiasmado com uma dessas pombas impregnadas de fuligem que corri para pegá-la. Mas deu tudo errado: dei de cara (digo, focinho) na tela de proteção do parapeito. Que frustrante. Logo agora que ia alcançar a danada da sujinha, tóim na tela transparente. Caí para trás e voltei correndo para a sala. Foi aí que, frustrado pelos limites do terraço, descobri uma coisa deliciosa: a cadeira de balanço. Até então eu só havia passado por baixo dela. Escalei pelas laterais, me pendurei no tecido e lá estava eu acomodado entre as coloridas almofadas de Dubai. Pronto: agora está tudo dominado. Palavra de Odorico, o gato.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Mostrando as garras

Já cheguei, tomei posse e estou revirando tudo. Já deu para perceber que a casa é bem colorida e cheia de enfeites.... (quero ver por quanto tempo). De cara já gostei das cortinas de vidrilho e dos tapetes. Na cortina, afio os dentes; nos tapetes, os dentes e as minhas garras. Também gosto de brincar com a minha 'jaula'. Passo o dia abrindo e fechando a porta, pulo em cima, caio do teto, subo de novo. Uma farra! Pena que quando o meu pai sai, ele me mete lá dentro. É que ele ainda nao confia em mim, a ponto de me deixar sozinho perambulando pelo apartamento que, aliás, nem é tão grande assim. Mas vou me virando e descobrindo meus cantinhos preferidos... Ele que me aguarde!

Cheguei!

Ufa! Acabei de chegar em casa ... Meu nome é Odorico, muito prazer. Nome, aliás, não se escolhe. Colocam na gente (no meu caso, no bicho). Pelo que ouvi falar, não sou nada parecido com o venerável ator Paulo Gracindo, que imortalizou esse personagem na TV. O cara que eu adotei (deixa ele pensar que me escolheu) disse que sou um filhote bem-amado. Eu acreditei! Mas vamos ao que interessa. Dizem que nasci em Pinheiros, na madrugada de 16 de setembro, sob o signo de Virgem, numa casa que vai muito além da lenda. Minha mãe é uma matrona de quadril largo, bigodes grandes... Não... não se trata de uma simpática senhorinha portuguesa. É uma mistura de siamesa de pelos longos com alguma coisa e meu pai, um gato gigante. Quanto a mim, não sei exatamente o que sou. Desconfio que sou um belo filhote ilegítimo de um  maine coon. Mas, com ou sem pedigree, devo ser um gato. E bem curioso. Quero ver tudo, cada cantinho do meu território... Depois eu conto tudo para vocês. Agora, uma observação: repararam no 'coração' que eu tenho estampado em meus pelos? Pois é ... Sou assim: as batidas do meu coração guiam os meus passos. Por isso que eu vivo tropeçando ...