sábado, 25 de dezembro de 2010

Ressaca de Natal

Quanto tempo, né?! Pois é, tenho andado meio preguiçoso, para não dizer desligado (mas aí já iriam me acusar de plágio). Nesses dias de calor e temporal, é da cama para o terraço, do terraço para o pipicat, do pipicat para a varanda e por aí vai. Minha rotina de felino só se quebra de noite, quando meu pai volta do trabalho (e do bar). Aí eu pego fogo. Corro, pulo, reviro no chão, dou piruetas, mordo o pé dele, subo na pia, pulo para o balcão da cozinha...Haja fôlego! Mas, hoje, acordei ressacado. Me falaram que é o tal do porre por osmose. Meu pai é que bebe e eu que fico grogue. Pode uma coisa dessas? Assim que ele abriu a porta do terraço, nem corri para fora. Sabe quando a luz dói? Ao dar de cara com a claridade, minha retina se contraiu rapidamente, igual a diafragma de máquina fotográfica. Voltei para o sofá e espero passar o tempo todo vendo o dia pela janela. E tomando muita água, lógico, porque fígado de gato também não é de ferro. Mamma mia ....

domingo, 5 de dezembro de 2010

O sorriso do capeta

Depois do banho, fiquei para lá de encapetado. Acho que para compensar todo o estresse, um espírito de porco baixou em mim. Reparem só a minha cara de possuído e sacana na primeira foto ... Pareço  personagem de filme de terror.  Virei uma peste...Coloquei para fora minhas garrinhas de fera!

Banho: suplício de um gato escândalo

Podem falar o que quiser. Que é saudável, que faz parte da higiene, que deixa os pelos mais bonitos e outras balelas. Para nós, felinos, nada disso justifica a tortura de um banho. Mas não tive escapatória. Meu pai botou na cabeça que era hora de tomar meu primeiro banho oficial e lá fui eu para a Totó & Bichano. Para me distrair, ele fez umas paradas no percurso até a pet shop. Simpático que sou, fui de colo em colo, num verdadeiro rodízio de paparicos com a Renata, a dona Gilda, a tia Ângela (mãe da Sofia, a perturbada da praça), a Norah, a Geralda e a Fátima. Distribuí sorrisos (e pulgas) para todas. Assim que deu uma da tarde, segui, dentro da minha caixa de viagem, para a tal lavagem. Os funcionários brincaram comigo, fizeram gracinhas e, quando eu menos esperava, já estava dentro de um gélido e inexpressivo tanque metálico. Aí não deu outra: quanto mais me molhavam e esfregavam, mais eu esperneava e berrava, armando um escândalo incomparável. Não sei como não fiquei rouco. Todo mundo que passava pela calçada ouvia minha gritaria. Ainda bem que a dra.Vivi aparou minhas unhas antes do suplício, pois, do contrário, o lavador de gato tinha ficado sem braço. Foi uma tortura sem fim em longos e intermináveis 50 minutos. E nem adiantaram os elogios da Luciana (a japa girl) à minha beleza quando fiquei todo fofinho e cheiroso após esta terrível tormenta. Nada justifica tamanha maldade com um gatinho que ficou, literalmente, de alma lavada para todas as minhas sete vidas. Palavra de Odorico!