sexta-feira, 18 de março de 2011

Afilhado aloprado

Cada vez mais eu me convenço de que sou um afilhado muito aloprado – para nao recorrer a outro adjetivo. Foi só a minha madrinha, a Letícia Roxa, aparecer em casa com o padrinho, o Black Total, para que eu demonstrasse tudo que não aprendi nos anos de colégio interno na Suíça. Nem os os olhares cáusticos de meu pai adiantaram. Deitei e rolei, literalmente. Para começar, tomei posse da bolsa da madrinha. Enfiei a cara e comecei a mexer em tudo, espalhando o que achava pelo balcão da cozinha. Não satisfeito, empurrei tudo para o chão. Foi aí que a dinda, já levemente alegrinha pelas doses de vodka, se acomodou ao meu lado. Adorei afiar meus caninos na pele de porcelana dela. Pena que as garras estavam aparadas (já que meu pai insiste em cortar). Aliás, alguém aí pode me fazer o favor de avisar a ele que eu sou felino e não um bibelô peludo de estimação? Ai, santa Genoveva, a gloriosa padroeira de Paris, dai-me finesse e paciência.

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