terça-feira, 1 de março de 2011

Vingança da pasta de dente

Gente, não é por nada, não. Se eu achava que meu pai era maluco, agora tenho plena certeza e ainda estou abalado, escondido pelos cantos da casa. Vejam comigo e ponderem. Como diz uma antiga canção, ele faz tudo sempre igual, chega da rua, abre a porta e me carrega no colo. Aí, agradecido e educado que sou, retribuo com meu focinho gelado no nariz dele. Até aqui, tudo normal. O problema é que ontem eu havia passado o dia todo dormindo e, ao bocejar, exalei mau hálito. Foi o suficiente para o doido pegar um punhadinho de pasta de dente e passar na minha língua. Se eu me assustei com o gosto medonho e comecei a espumar mais do que sabão em pó, ele me catou no colo e me enfiou dentro da pia para lavar a minha boca e garganta.  Corri que nem um desembestado e me escondi debaixo da estante. Mas nada como uma boa vingancinha. Mal ele abriu a porta do terraço enfiou, literalmente, o pé na titica. Parecia que estava andando de skate com a minha caixinha de areia. Foi parar estatelado no meio da poça d'água e todo sujo de areia sanitária e titica. Adorei! Assisti a esse show de camarote, no aconchego da estante. É o que dá usar pasta de dente na gente.

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